terça-feira, 20 de abril de 2010

Carranca é arte, sim! O que acham, conterrâneos?


"Por preconceito ou má vontade, as carrancas brasileiras permaneceram muito tempo desprezadas no mundo da arte. Feitas por artistas populares, diletantes ou autodidatas, sofreram com os rótulos simplistas e a falta de visão dos próprios conterrâneos. Depois de uma longa luta por seu reconhecimento, levada a cabo graças a insistência de artistas nacionais, como Roberto Burle Marx, e estrangeiros, como o fotógrafo francês Marcel Gautherot, as esculturas ganharam espaço privilegiado no acervo dos mais importantes colecionadores do mundo. Escolhidas entre coleções do comendador português Joe Berardo e o galerista Jean Boghici pelo produtor cultural Romaric Büel, algumas das obras mais representativas do gênero, assinadas por carranqueiros como Agnaldo Manoel dos Santos, Afrânio Barca e Francisco Biquina dy Lafuente (popularmente conhecido como Guarany), voltam agora ao alcance do público na exposição O triunfo das carrancas, que abre nesta terça-feira no Centro Cultural dos Correios."

O texto acima é o primeiro parágrafo de uma matéria publicada hoje pelo Jornal do Brasil. As carrancas, que inicialmente tinham menos uma função decorativa do que utilitária - espantar os maus espíritos para proteção contra naufrágios - nas barcas do São Francisco, estão ganhando o status de obras de arte, como se vê. Nada mal, mas seria preferível que elas estivessem reunidas em algum museu na beira do Velho Chico, para que os barranqueiros e outros brasileiros pudessem apreciá-las à vontade.

Não podemos, porém, deixar de reconhecer que a valorização das carrancas deve-se principalmente ao esforço de pessoas de fora. Daí a necessidade de um esforço no sentido de fortacer a cultura da bacia do São Francisco, de uma forma que sua população possa se orgulhar do seu patrimônio.

Obs.: A foto acima mostra Guarany na sua oficina, em Santa Maria da Vitória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Navegantes

Contador de visitas